Certamente, se alguém goza dessa mordomia, imediatamente abrirá a Palavra em I Coríntios 9.14 onde está escrito: Assim ordenou também o Senhor, aos que anunciam o Evangelho, que vivam do Evangelho, tentando justificar-se. Mas neste Capítulo (I Coríntios 9.1-15), o apóstolo Paulo fala da liberdade e dos direitos dos levitas por ordem da lei de Moisés, vers. 9: Porém no vers. 12 ele diz: Nós não usamos deste direito, antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo, e no vers. 15 disse mais ainda: Mas eu de nenhuma destas coisas usei, e não escrevi isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória.
O relato não é decisão particular do Apóstolo Paulo, mas uma ordenança do Senhor. Ele afirma que não usou desse direito para não por impedimento na obra do Senhor. Medite nesta declaração do homem de Deus, consciente que se fizesse uso do direito dos levitas (I Coríntios 9.9) estaria criando empecilho para na obra do Senhor, e nem escreveu isso para que assim se fizesse a ele, para não gerar escândalo envolvendo o nome do Senhor.
Precisamos de discernimento a luz do Espírito Santo de Deus, porque o apóstolo ainda alertou: Sede meus imitadores como também sou de Cristo (I Coríntios 11.1). E se imitarmos a Paulo estamos imitando a Cristo, porque ele exemplificou em si mesmo um autêntico imitador do Mestre.
Vamos meditar na ordem emanada por Jesus Cristo, aos seus discípulos: Mateus 10.8-10: Curai os enfermos, expulsai os demônios, ressuscitai os mortos; de graça recebeste, de graça daí; não possuais ouro, nem prata, no vosso cinto, nem alforje (bolsa), nem duas túnicas, porque digno é o operário do seu alimento. E no capítulo 10 do Evangelho de Lucas, Jesus reproduziu a mesma ordenança aos seus discípulos, substituindo apenas a palavra “alimento” pela palavra “salário”, observe: Digno é o obreiro do seu salário.
E a substituição da palavra alimento por salário (Lucas 10.7), tem gerado muita confusão aos pregadores, mas quando a palavra do Senhor diz que digno é o obreiro do seu salário, ou quem anuncia o Evangelho que viva do Evangelho, isso não quer dizer absolutamente “dinheiro” para o anunciador do Evangelho de Cristo.
O que o Senhor permitiu neste caso, quando em missão, que recebamos apenas o necessário para a nossa manutenção cotidiana, só o essencial para a nossa sobrevivência.
Observe no Evangelho de Lucas 22.35-38, a seriedade das ordenanças Senhor Jesus aos seus discípulos:
Quando vos mandei sem bolsa, alforje ou sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa?
Eles responderam:
Nada.
Disse-lhes, pois:
Mas, agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua veste e compre-a.
E eles disseram: Senhor, eis aqui DUAS ESPADAS. E ele lhes disse: Basta. O Senhor admite ao pregador, caso não dispuser de recurso próprio, aceitar o necessário para a sua manutenção, tais como: Alimento, hospedagem, eventualmente transporte, roupa ou calçado e coisa do gênero, receber salário, em nome do sangue que Cristo derramou na Cruz pelos pecadores, não há permissão para isso, porque o salário do anunciador de Boas Novas virá com Ele, no seu grande dia, vejamos:
Isaías 40.10: Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com Ele, e o seu salário, diante da sua face.
Requisitamos uma atenção especial dos irmãos para este alerta na segunda carta de Pedro 3.15-16 onde diz: O nosso amado irmão Paulo vos escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para a sua própria perdição.
E para que se cumpra a Palavra, existem pregadores torcendo a verdade de Cristo, principalmente os que tomam espaço na mídia, afirmando que o Senhor Jesus aceitava dinheiro, tendo Judas Iscariotes como tesoureiro do grupo, fundamentados na passagem bíblica no livro de João 13.26-29, onde Jesus, após ter dado o bocado molhado para Judas disse-lhe:
O que fazes, fá-lo depressa. E nenhum dos que estavam assentados a mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto; como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa, ou que desse alguma coisa aos pobres.
Porem, no livro de João 12.6, a palavra relata que Judas possuía bolsa, e roubava tudo o que ali se colocava porque era ladrão, sendo que em Lucas 10.4 Jesus disse aos discípulos: Não leveis bolsa, nem alforje: Judas tinha bolsa por duas razões:
Primeiramente porque era desobediente (Lucas 10.4), e também porque era ladrão (João 12.6), e tirava as coisas que ali se lançava.
Alguns o têm por tesoureiro, mas o Senhor dos senhores o declara ladrão. Portanto, não podemos tomar como exemplo a conduta de Judas para recolher dinheiro dos irmãos, pois ele já está julgado pela palavra do Senhor (João 17.12).
No livro de Marcos 6.3, o texto sagrado diz: Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago...? Sim, é este mesmo, o carpinteiro, Jesus Cristo, o filho do Deus Altíssimo que veio para salvar o mundo.
Rei dos reis, Senhor dos senhores, ganhava o seu pão com o seu trabalho, no suor do seu rosto, dando exemplo em si mesmo para que nós, o imitamos, em sua perfeição. E no livro de Isaías 53.3, a palavra diz que o próprio Jesus era homem experimentado nos trabalhos (Edição revista e corrigida).
Agora observe no que diz a palavra do Senhor no livro dos Salmos 128.1,2: Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos; pois comerá do trabalho das tuas mãos, feliz será e te irá bem.
Meditem: Bem-aventurado, feliz, o homem que teme o Senhor e anda nos seus caminhos, pois comerá do trabalho das suas mãos, corroborando com a ordenança do Senhor no livro de Gênesis 3.19, onde Deus disse ao homem: No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra.
Em Atos 18.1-3, o apóstolo Paulo também deixou o exemplo que devemos trabalhar para a nossa manutenção. Vamos meditar nos seus ensinamentos referente ao trabalho, na palavra do Senhor:
Vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. Tenho-vos mostrado em tudo, que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber (Atos 20.34,35).
E na segunda carta aos Coríntios 12.14-17, a palavra diz: Eis que aqui estou, pronto para pela terceira vez ir ter convosco, e não vos serei pesado, pois que não busco o que é vosso, mas sim a vós, porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos.
Porventura aproveitei-me de vós por algum daqueles que vos enviei?
Eis o exemplo do homem de Deus para os que trabalham na obra do Senhor. Onde quer que estejam, por onde quer que andem, o que devemos é trabalhar para resgatar as almas, e não os bens materiais dos nossos irmãos. O que foi ratificado na primeira carta aos Tessalonicenses 2.9, onde diz: Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga, pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o Evangelho de Deus.
Procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado (I Tessalonicenses 4.11). Paulo ainda disse que recusou salários de algumas igrejas, para anunciar o Evangelho de graça, para não ser pesado a ninguém (II Coríntios 11.7,8), e que não devemos andar desordenadamente, não trabalhando, porque não comeu pão de graça de homem algum, mas com trabalho e fadiga, dia e noite, para não ser pesado a ninguém; e quem não quiser trabalhar que não coma também (II Tessalonicenses 3:6-10); dando exemplo em si mesmo para que o imitássemos.
Isaías 19.8–10 diz: E os pescadores gemerão, e suspirarão todos os que lançam anzol ao rio, e os que estendem rede sobre as águas desfalecerão. E envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino e os que tecem pano branco. E os seus fundamentos serão despedaçados, e todos os que trabalham por salário ficarão com tristeza na alma. E a carta aos Romanos 6.23, relata que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Louvai ao Senhor!