No Antigo Testamento encontramos várias referências, onde o Senhor prosperava espiritualmente os que o temiam e lhes eram fieis. Também lhes concedia muitas bênçãos e prosperidades materiais, como recompensa pela fidelidade.
Podemos citar como exemplo, Abraão, o rei Davi, Salomão, Jó, mesmo depois de ter sido provado e perdido todos os seus bens, pelo seu temor, humildade e reconhecimento a autoridade e poder do Deus altíssimo, foi agraciado novamente com os seus bens materiais, em porções dobradas.
E mesmo em Malaquias 3.10, há promessa de prosperidades materiais para os dizimistas fieis, conforme uso da Lei de Moisés (Números 18.21-26). Porém, no Novo Testamento do Senhor Jesus, não encontramos mais a promessa de prosperidades materiais, aos que lhes são fieis pelo arrependimento e conversão.
Após Cristo ter-se dado em sacrifício vivo para remissão dos nossos pecados, para alcançarmos a salvação, as prosperidades materiais tornaram-se coisas insignificantes, pequenas diante da grandeza de Deus em nos proporcionar a oferta da vida eterna, pois, agora temos uma melhor e mais confortável esperança em Jesus Cristo, encontramos a vida, pela morte de Cristo na cruz.
Algo infinitamente superior a todos os bens materiais deste mundo. E não há enigma algum para entender isso. Antigo Testamento: Bênçãos e prosperidades materiais para o homem fiel a Deus. Novo Testamento: Paz no coração e oferta de vida eterna para os que crêem e guardam os mandamentos do Senhor Jesus até o fim.
Mas, lamentavelmente, os líderes eruditos das grandes igrejas que fazem a mídia no espaço evangélico, criaram um cifrão ($ ) como símbolo de fé para os que buscam a prosperidade, priorizando a vontade da carne e a materialidade, em detrimento a graça, as bênçãos espirituais e a oferta da salvação para a vida eterna.
Só vêem o que está diante do nariz, mas não tem olhos espirituais para ver a grande divisão que há entre o Antigo e o Novo Testamento do Senhor Jesus Cristo. Não anunciam o que é mais importante do que todos os bens deste mundo, o propósito de Deus para o homem, a salvação da vida eterna.
O dinheiro poderá suprir algumas necessidades materiais, e trazer alegria momentânea para as coisas deste mundo, mas não compra tudo, e jamais irá lhe proporcionar a oportunidade de provar o dom celestial e à consolidação na esperança da salvação para os dias vindouros.
Hoje, libertos do jugo da lei e vivendo pela graça do Senhor Jesus Cristo, a nossa primazia não pode continuar voltada para as prosperidades materiais. No Novo Testamento não há uma só referência; sequer um versículo de promessa de abundância material para os que esperam pela vinda de Cristo (se alguém souber me informe).
Ele nos dá a confortável confiança que não precisamos nos preocupar com o amanhã, com coisas materiais como alimento e as vestes. Devemos sim, buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas nos serão acrescentadas. Isso é, o essencial para o nosso cotidiano, porque a inquietação com o amanhã são coisas dos gentios, aqueles que não temem e nem confiam no poder do Senhor (Mateus 6.25-33).
No Evangelho de Lucas 18.28-30, disse Pedro a Jesus: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. Respondeu-lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos pelo Reino de Deus; e não haja de receber muito mais neste mundo e, na idade vindoura, a vida eterna.
E no livro de Mateus 6.24, disse Jesus: Ninguém pode servir a dois senhores, ou serve a Deus ou a mamon (quer dizer dinheiro, riqueza, poder, bens materiais, viver para o mundo). No livro de Lucas 12.13-21, Jesus relata a parábola do rico insensato: disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?
E propôs-lhe uma parábola dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; e arrazoava ele entre si dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto. Derrubarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens. E direi a minha alma: Alma tem em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, e folga.
Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. Hoje continua da mesma forma, muitos buscam a Cristo como um juiz repartidor de bens materiais. Querem fazer grandes celeiros, e a viverem uma vida farta.
Porém esquecem a finalidade principal da aspersão do sangue de Cristo na cruz, para nos dar da sua graça, remir o homem do pecado e lhe ofertar a vida eterna, para viver num lugar onde a morte já não existe mais, e não haverá mais pranto, nem dor e nem clamor, e Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima. E na carta aos Romanos 12.16, a palavra do Senhor diz: Não devemos ambicionar coisas altas, mas acomodar as humildes.
O que fora confirmado em I Timóteo 6.7-11, onde a palavra relata: Nada trouxemos para este mundo, e dele nada levaremos, mas tendo roupa e alimento, estejamos com isso contente. Mas os que almejam bens materiais caem em tentação e acabam na perdição e ruína.
Porque o amor do dinheiro é a raiz de todas as espécies de males, e nessa cobiça, alguns se desviaram da fé traspassando a si mesmo com muitas dores. E ainda alerta que o homem de Deus deve fugir destas coisas materiais e seguir a fé, a caridade, a paciência, e a mansidão. Porque se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (I Coríntios 15.19.
E no Mateus 6.19-21, Jesus alertou: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Porque é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu (Mateus 19.24). Que aproveita o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mateus 16.26) .
A palavra do Senhor faz uma exortação aos ricos deste mundo, que colocam o seu coração na incerteza das riquezas, nas coisas materiais, observe: Como dizem: Sou rico e de nada tenho falta, mas não sabe que é um desgraçado, e miserável, e pobre e nu e cego (Apocalipse 3.17).
Mas na carta aos Hebreus 13.5, deixou também o conforto espiritual para os que confiam verdadeiramente no seu poder, dizendo: Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.